terça-feira, 17 de setembro de 2013

20 de Setembro, a guerra que estamos perdendo a cada ano.

Há na cultura gaúcha uma rivalidade natural, considerada por muitos como saudável, polarizadora e intrínseca. Uma espécie de jogo do sim e do não que nessa época do ano aflora, fica ainda mais latente: uma necessidade de mostrarmos a todos como seríamos ou somos melhores se não fossem os outros (hic). É assim quando nos posicionamos a favor ou contra ideias, ideais, gostos, atitudes, leis, pessoas... como se os contrários a nós fossem errados, odiosos, insanos ou ignorantes: não merecedores de nossa consideração. Essa tal pretensão soberba, pra lá do Mampituba, desvenda-nos muito mais do que qualquer tradição ou arte, até porque nestas se faz presente, e em nosso comportamento, e em nossas relações...
Hoje não somos mais chimangos ou maragatos, mas ainda somos gremistas ou colorados, ciclistas ou motoristas, petistas ou contrários, tradicionalistas ou modernos, gays ou heteros, mulheres ou homens, motoristas ou pedestres, governo ou oposição, pretos ou brancos, pobres ou ricos, estudantes públicos ou particulares, rockeiros ou sambistas, sambistas ou pagodeiros, pagodeiros ou swingueiros, mascarados ou desmascarados, com bandeira ou sem bandeira, trabalhadores ou não, civis ou brigadianos, moradores da capital ou do interior, pop ou rock, serra ou praia, com ou sem álcool, costela ou picanha, harmonia ou percussão, engenheiros ou arquitetos, médicos ou homeopatas, cristãos ou ateus, evangélicos ou católicos, católicos ou espíritas...e seríamos saudados fora do sul com extremo reconhecimento pelo posicionamento constante, se acaso não torcêssemos contra os contrários, pela derrota de quem conosco não concorda. E se por acaso contra não agimos, também não nos importamos em agir a favor, tornando-nos assim um estado onde prevalecem as inúmeras metades e nenhum inteiro.

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