Das impressões: as vozes femininas diversificadíssimas (aliás, se
quiserem chamar de "Diversity in Rio", talvez existam menos posts
agressivos no futuro), de Beyoncé à Florence, de Kimbra à Aurea,
impressionaram, apesar da tensão provocada pela voz de Florence, e pela iminência
de cair ao tropeçar no vestido, o que não aconteceu. Já que entrei no assunto
vestuário, foi legal ver o furinho da blusa na axila da Alicia (roupa da
Riachuelo, da nisso). E Jessie J? Que voz é essa, menina? Mandou bem!!! Já
entre os homens prevaleceu a escola Bono Vox de vocais: feche os olhos nos
shows de Muse e 30SecondsToMars e ouça Bonos, o que não atrapalha em nada a
competência das bandas: Muse, repleta de tecnologia bem utillizada, enquanto Jared
Leto e sua 30SecondsToMars impressiona do repertório ao conceito do show.
Dinho Ouro Preto, do alto de sua adolescência, falou demais (e rápido?!?!
Quase tão rápido quanto as mãos de Marky Ramone (57 anos)ou a pegada do
Offspring) e só! Ney cantou uma estrofe inteira de O TEMPO NÃO PARA em outro
tom, e a essa altura o roadie que preparou seu retorno pegou um gancho. Tico
Santa Cruz homenageou Raul a altura, o que não aconteceu com o pobre Zeca
Baleiro, que parecia não saber o que fazia ali. Samuel Rosa deixou o show de
Nando Reis mineiro...empataram... As patadas nacionais ficaram por conta de
Jota Quest que finalizou o show com o ingresso surpresa de Lulu no palco,
causando arrepios e abrindo sorrisos, e com os tambores do Olodum PRODUZIDOS e
ENSAIADOS (batucada sem ensaio e produção vira chatice) no show da Kimbra. E se
a língua é portuguesa, nada mais lindo passou pelo palco sunset do que Áurea,
competentíssima, além de bela. Ok, sexta, no palco mundo passaram a
sensualização de Beyoncé e as pernas de Ivete, que têm o dom. E falando em dom,
em um jeito Midas de lidar com o que faz, lá também esteve David Guetta.
Além da passagem de George Benson pelo palco sunset acompanhado de Ivan Lins, uma espécie de saudação ao passado, a black music americana, foi muito bem
representada no festival, por um rapaz branco (posso falar branco?) de olhos
azuis e surpreendentemente competente: Justin Timberlake, multimídia e multi talento,
deixou claro o óbvio: existem coisas que são fundamentais no palco: empatia, produção,
afinação, talento e competência. Fora isso, as coisas só funcionam no churrasco,
depois que tá todo mundo bêbado, pois a gandaia tem isso por meta e objetivo!
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