Entra ano, sai ano e cada vez mais estes últimos dias de outubro nos
levam a comemorações pouco comuns no passado. Talvez pela influência
incontestável do que vem do segundo piso, acima da linha do equador (uma vez
que por uma tendência natural tudo desce), mais e mais temos nos jogado nesta
festa das bruxas, este Halloween tropical com direito a doces, travessuras e
festas a fantasia. Preparamos então nossas laranjas de amostra mais bizarras,
nos vestindo de Freddys, Edwards, Jacobs, Franksteins, Zumbies, Vlads, Bellas,
Glindas, Hermiones, Sukies, Carries e Jasons. E brincamos de sê-los,
saudavelmente. E bebemos, brincamos cantamos e dançamos. E a fantasia
completa-se!
Do lado de cá, nos dias que se sucedem, estamos então vestidos de
Jorges, Marcos, Felipes, Joões, Marias, Sandras, Martas, Luizas, Antonios,
Alfredos, Alexandres, Zulmiras, Marlenes, Alissons, Walters e Luizes, como
supomos sê-los, porém também fantasiados, mostrando nossas melhores laranjas, as
dezenas de personagens que criamos para atender a demanda externa,
confundindo-nos a ponto de afirmarmos quem somos a partir delas, sem percebermos
que grande parte destas fantasias do nosso dia-a-dia estão conosco apenas para
convencer nossos interlocutores, relacionados e vizinhos a nos encher os bolsos
e sacolas de doces.
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