quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Especialitite

A arte humana, bastante presente em redes de relacionamento, de “paranoiar”, de estar convencido que as ameaças externas, essa mania que o mundo tem de te tirar do sério, que tudo e todos fazem de um tudo e de um todo pra te ferir ou pra te contrariar pode ser doença; e deveria se chamar vitimite, síndrome do umbigo ferido ou especialitite crônica. Chuvas, ventos, trovoadas, frios, calores, desgovernos, esquecimentos, aquecimentos, atrasos, discussões, faltas de educação, brincadeiras, festas, corrupções, desmandos, prisões (ou não), assassinatos, roubos, atos de vandalismo, protestos, noitadas, bebedeiras, abstenções, charadas, piadas, contratações, demissões, crimes, invejas, enriquecimentos, entrevistas, gafes, racismos, crueldades, balas perdidas, guerras, desilusões, ilusões, amores, transas, casamentos, noivados, separações, nascimentos e mortes continuam e continuarão acontecendo com a mesma intensidade e na imensa maioria dos casos, não estarão direcionados a nossa existência. O que acontece aqui dentro é de ordem (ou desordem) interna, e achar que vem de fora o que está por dentro é, falta de noção, de direção ou de sentido. E sim, o mundo continuaria girando normalmente sem a maioria de nós, fato que nos torna normais e não especiais. Tratemo-nos todos como especiais e a palavra especial perde todo o sentido.

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