terça-feira, 11 de março de 2014

Pra onde fomos?

Ao filme não tive acesso, mas o diálogo entre um repórter e uma menina de 16 anos presa após assaltar uma outra menina, foi mais ou menos assim:
- Você assaltou a menina?
- Roubei sim, roubei porque tem que roubar merrmo...
- Mas você não pensa em estudar e trabalhar, não?
- Que estudo? Nosso estudo é o assalto, é enquadrar...e pronto!!
- Então seu projeto é continuar roubando?
- É um crime, depois outro crime e mais um...é assim... 
e se reagir vira pó...se reagir é faca na caveira...

(protegida pela lei da identificação, com rosto coberto e voz de pato)
Fim da reportagem.

Eu havia terminado de almoçar e a ânsia e a náusea tomaram conta do meu corpo, num misto de surpresa, pena, nojo, culpa e medo.
E porque me surpreendi que ainda percebi que tenho fé...
...e porque tive pena, que a vi como uma inocente que deveria despejar sorrisos ao invés de agressões...
...e porque tive nojo constatei meu sentimento de igualdade a este ser humano e ao que ele representa nesta sociedade desrespeitada por seus administradores...
...e porque senti culpa é que me vi perdido em tentar encontrar o quê de objetivo eu realmente poderia fazer por ela...
...e por sentir medo entendi que mais cedo do que eu imagine, será na minha porta que ela vai bater!

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