Ao filme não tive acesso, mas o
diálogo entre um repórter e uma menina de 16 anos presa após
assaltar uma outra menina, foi mais ou menos assim:
- Você assaltou a menina?
- Roubei sim, roubei porque tem que
roubar merrmo...
- Mas você não pensa em estudar e
trabalhar, não?
- Que estudo? Nosso estudo é o
assalto, é enquadrar...e pronto!!
- Então seu projeto é continuar
roubando?
- É um crime, depois outro crime e
mais um...é assim...
e se reagir vira pó...se reagir é faca na
caveira...
(protegida pela lei da identificação, com rosto coberto e voz de pato)
Fim da reportagem.
Eu havia terminado de almoçar e a
ânsia e a náusea tomaram conta do meu corpo, num misto de surpresa,
pena, nojo, culpa e medo.
E porque me surpreendi que ainda
percebi que tenho fé...
...e porque tive pena, que a vi como uma
inocente que deveria despejar sorrisos ao invés de agressões...
...e porque tive nojo constatei meu
sentimento de igualdade a este ser humano e ao que ele representa
nesta sociedade desrespeitada por seus administradores...
...e porque senti culpa é que me vi
perdido em tentar encontrar o quê de objetivo eu realmente poderia
fazer por ela...
...e por sentir medo entendi que mais
cedo do que eu imagine, será na minha porta que ela vai bater!
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